
Você já parou para contar quantos comprimidos um idoso da sua família toma por dia? É comum que, ao acumular visitas a diferentes especialistas, a lista de medicamentos cresça sem que ninguém avalie o conjunto da obra. Esse fenômeno é chamado de polifarmácia e é uma das principais causas de internações e mal-estar na terceira idade.
Consideramos polifarmácia o uso rotineiro de 5 ou mais medicamentos. O problema não é tratar as doenças, mas sim a interação entre tantas substâncias. O metabolismo do idoso é diferente: o fígado e os rins funcionam em outro ritmo, o que torna o corpo mais sensível a efeitos colaterais. Os riscos incluem:
Tonturas e aumento do risco de quedas.
Confusão mental e sonolência excessiva.
Perda de apetite e problemas gástricos.
Interações que cortam o efeito de remédios importantes.
Uma das funções mais nobres da geriatria é o “cuidado sem exageros”. Isso envolve revisar a sacola de remédios e avaliar o que realmente é necessário hoje. Muitas vezes, o paciente toma um remédio para o estômago causado por um anti-inflamatório que nem deveria estar usando mais. Esse processo de limpeza terapêutica, chamado de desprescrição, traz mais segurança e bem-estar.
Centralize o cuidado: Tenha um médico de referência que saiba de tudo o que o idoso toma.
Não se automedique: Remédios para dormir ou para dor, comprados sem receita, são grandes vilões.
Faça uma lista: Leve sempre a lista atualizada de medicamentos (incluindo vitaminas e chás) para as consultas.
Quantidade não é sinônimo de qualidade no tratamento. O objetivo do acompanhamento médico é garantir que o idoso viva bem, e não apenas que tome remédios. Se você sente que a medicação está causando mais efeitos colaterais do que benefícios, agende uma revisão geriátrica.