
Existe um mito de que só devemos procurar um geriatra quando estamos muito velhos ou com problemas de saúde graves. A verdade é o oposto: a geriatria é a especialidade da prevenção. Assim como levamos as crianças ao pediatra para acompanhar o crescimento, devemos ir ao geriatra para planejar o nosso envelhecimento.
O envelhecimento é um processo heterogêneo; ninguém envelhece igual. A função do médico geriatra é gerenciar esse processo para garantir o que chamamos de “compressão da morbidade”: viver o máximo de tempo possível com saúde e deixar as doenças apenas para o finalzinho da vida. Isso envolve:
Controle rigoroso de pressão, diabetes e colesterol.
Manutenção da massa muscular (prevenção de sarcopenia).
Atualização do calendário vacinal.
Rastreio de cânceres e outras doenças silenciosas.
Recomenda-se a primeira consulta a partir dos 60 anos, marco legal da terceira idade no Brasil. No entanto, pessoas a partir dos 40 ou 50 anos que desejam fazer um “envelhecimento ativo” já podem se beneficiar da abordagem preventiva, focada em mudanças de estilo de vida que farão toda a diferença lá na frente.
Diferente de especialistas focais que olham apenas um órgão (só o coração, só o rim), o geriatra olha o todo. Avaliamos a parte clínica, mas também o sono, o humor, a vida social e a independência. Esse olhar amplo evita tratamentos fragmentados e foca no que mais importa: a sua qualidade de vida e autonomia.
Não espere os sintomas limitarem sua rotina para buscar ajuda. Envelhecer bem é uma escolha que se constrói dia após dia. Agendar uma consulta preventiva é o primeiro passo para garantir que os seus anos dourados sejam vividos com vitalidade, independência e alegria.