
É muito comum ouvir a frase “estou ficando velho” quando alguém esquece onde deixou as chaves ou o nome de um conhecido. Embora o envelhecimento traga mudanças naturais no processamento das informações, nem toda perda de memória deve ser ignorada. Muitas famílias demoram a buscar ajuda por acharem que a confusão mental faz parte da velhice, o que retarda diagnósticos importantes.
Com o passar dos anos, é natural que o nosso cérebro leve um pouco mais de tempo para resgatar informações. O esquecimento considerado “benigno” é aquele que não interfere na rotina ou na autonomia do idoso. Ele pode esquecer onde guardou um objeto, mas lembra-se depois. Ele mantém a capacidade de julgamento, de pagar contas e de se orientar no tempo e espaço.
A atenção deve ser redobrada quando os esquecimentos começam a afetar a vida diária. Alguns sinais que indicam a necessidade de uma avaliação cognitiva incluem:
Repetição frequente: Perguntar a mesma coisa várias vezes em um curto espaço de tempo.
Desorientação: Perder-se em lugares conhecidos ou não saber em que dia/ano estamos.
Dificuldade em tarefas familiares: Esquecer como preparar uma receita habitual ou como usar o controle remoto.
Alterações de humor: Ficar repentinamente agressivo, desconfiado ou apático.
Doenças como o Alzheimer e outras demências não têm cura, mas têm tratamento. Quanto antes o diagnóstico for feito, melhores são as estratégias para preservar a qualidade de vida e retardar a progressão dos sintomas. Além disso, muitas vezes a “perda de memória” pode ser reversível, causada por deficiência de vitaminas, depressão ou problemas na tireoide.
Se você ou um familiar tem notado falhas na memória que fogem do habitual, não espere “piorar”. A avaliação geriátrica é fundamental para investigar as causas e traçar um plano de cuidado. Envelhecer bem é manter a mente ativa e cuidada.